PGR: documento base da Segurança do Trabalho e a NR-01
Entenda o que é o PGR, seus componentes principais (Inventário e Plano de Ação), como funciona na prática e qual a sua importância para a segurança do trabalho.
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17 de dezembro de 2025
Com a atualização da Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01), o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) consolidou-se como o principal instrumento de gestão em Segurança e Saúde do Trabalho (SST).
Mais do que um simples requisito formal, o PGR representa a materialização do gerenciamento de riscos, organizando de forma sistemática a identificação de perigos e as medidas de controle necessárias para proteger a integridade dos trabalhadores e garantir a conformidade legal da empresa.
Neste artigo, abordam-se os aspectos fundamentais do tema, detalhando o que é o PGR, quais documentos o compõem e como ele se diferencia do processo de gerenciamento (GRO).
O que é o PGR?
O PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) é o conjunto de documentos, físicos ou eletrônicos, que materializa o gerenciamento de riscos ocupacionais de uma empresa.
Instituído pela NR-01, ele substituiu o antigo PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais). A principal evolução normativa reside na abrangência: enquanto o programa anterior focava prioritariamente em riscos ambientais, o PGR documento deve contemplar a totalidade dos riscos ocupacionais:
Físicos (ruído, calor, vibração);
Químicos (poeiras, gases, vapores);
Biológicos (vírus, bactérias, fungos);
Ergonômicos (postura, esforço físico, fatores psicossociais);
Acidentes (mecânicos, quedas, choques elétricos).
Para uma gestão correta, é fundamental distinguir dois conceitos que a norma estabelece:
GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais):
Refere-se ao processo de gestão contínua. É a ação permanente de identificar perigos, avaliar riscos e implementar medidas de prevenção.
PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos):
Refere-se à documentação. É o registro consolidado das informações geradas pelo processo do GRO.
Em suma: o GRO é a estratégia executada, e o PGR é o registro formal dessa estratégia.
Quais os Componentes principais do PGR
Para possuir validade legal e eficácia técnica, a NR-01 determina que o PGR deve conter, no mínimo, dois componentes principais:
1. Inventário de Riscos Ocupacionais
Este documento atua como um mapeamento completo da empresa. Ele deve registrar a identificação de perigos e a avaliação dos riscos, contendo:
Caracterização dos processos e ambientes de trabalho.
Descrição dos perigos e das possíveis lesões ou agravos à saúde.
Identificação das fontes geradoras ou circunstâncias.
Indicação dos grupos de trabalhadores expostos.
Classificação dos riscos (definição do nível de risco).
Nota: É importante ressaltar que o Inventário de Riscos deve incluir também os fatores de risco psicossociais, conforme as atualizações recentes da norma.
2. Plano de Ação
Trata-se do cronograma executivo. Baseado nas informações do inventário, o plano de ação define as medidas de prevenção a serem introduzidas, aprimoradas ou mantidas. Para ser efetivo, deve estabelecer metas claras, prazos definidos e responsáveis pela execução.
Como funciona o PGR na prática?
O PGR não deve ser um documento estático. Sua estrutura prevê um ciclo de melhoria contínua, similar ao método PDCA. O funcionamento prático segue estas etapas lógicas:
Antecipação e Identificação: Levantamento de todos os perigos existentes nas atividades e ambientes.
Avaliação: Classificação dos riscos por nível (baixo, médio, alto) com base na combinação de probabilidade e severidade.
Controle: Definição de medidas preventivas no Plano de Ação para eliminar, reduzir ou controlar esses riscos.
Monitoramento: Acompanhamento constante da eficácia das medidas implementadas.
Revisão: Atualização do programa sempre que ocorrerem mudanças no ambiente, acidentes ou, periodicamente, a cada 2 anos.
Importância e benefícios do PGR
Além de cumprir uma obrigação legal aplicável à maioria das empresas (com exceções específicas para ME/EPP de baixo risco), a implementação correta do PGR gera benefícios operacionais:
Prevenção Efetiva: Ao mapear e tratar a totalidade dos riscos, a empresa atua na proteção real da integridade dos colaboradores.
Segurança Jurídica: Um PGR tecnicamente bem estruturado é a principal evidência de conformidade em casos de fiscalizações ou processos trabalhistas.
Gestão de Custos: A redução de acidentes impacta diretamente na diminuição do FAP (Fator Acidentário de Prevenção) e nos custos operacionais com afastamentos.
Ambiente de Trabalho: O controle de riscos, incluindo os ergonômicos e psicossociais, favorece a produtividade e a retenção de talentos.
Como a tecnologia mantém o PGR atualizado
Um dos maiores desafios da gestão de SST é manter o PGR atualizado diante da dinâmica das empresas. Gerenciar revisões de inventário, prazos de planos de ação e reavaliações de risco de forma manual eleva a probabilidade de inconsistências e desatualização.
A utilização de softwares de gestão automatizados de SSMA, como as soluções da GAP Sistemas, permite que o PGR funcione como um documento vivo. O uso da tecnologia possibilita:
Automatizar alertas sobre prazos e vencimentos de documentos;
Realizar atualizações ágeis diante de mudanças nos processos ou na legislação.
Garantir o histórico de revisões e a rastreabilidade das informações para fins de auditoria.






